Paixão pela vida, presença de uma forma sutil espalhando-se em instantes eternos...
Como pode se olhar para o tudo e não sentir nada?! Me admiro só de imaginar o que há lá fora, nesta noite em que estou aqui dentro; pensar no céu, nas nuvens que vi ao chegar em casa, na lua entre elas, na vida, nas pessoas. Nas velas que em algum píer repousam, testemunhas dos que se beijam na beira de uma lagoa qualquer, quase às vésperas do dia dos namorados... Nos reflexos em cada movimento da água, nas estrelas que eles ali colocaram ao sonhar... Enquanto outros ainda sonham...
Nas canções especialmente escolhidas, preenchendo os contornos que a alegria deposita no ar; no sol que habita o interior de cada olhar amanhecido, ou cada flor que adormece nos silenciosos ramos rubros de outono, entre as folhas caindo.
O mundo não exige de mim nada que modifique o que eu sou para me “adequar”, acredito nisto porque acho que ser humano já é chegar ao máximo dos sentidos, estando consciente da iluminação, sem se podar.
Sei o que sinto, e só assim consigo estar cada dia presente no meu “nascimento”, na dor e na viva cura dos ferimentos através da poesia.
Nas canções especialmente escolhidas, há um intervalo de silêncio, em que as mãos unidas do tempo aquecem as sombras escondidas durante o dia, e vejo que tudo se ilumina quando as portas da alegria se abrem por dentro...
é mesmo curioso como nós sentimos mais, refletimos mais, parecemos mais velhos, mais densos, mais cansados
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