sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pra Ti Guria - Composição: Jayme Caetano Braun


Pra ti chirua crinuda
dos ranchos de chão batido
com babados no vestido,
na orelha um galho de arruda,
morena Deus nos acuda.
Pra quem ama com eu amo
estrela pampa proclamo nas horas de nostalgia
eu te pergunto guria,
porque não vens quando eu chamo?
Quando abraço esta cordiona
é como se te abraçasse,
e mesmo que desejasse que tu fosses minha dona
E o meu ser
se condiciona ao teu carinhoso abraço
chego a sentir um laçaço
neste meu corpo franzino
pois se te perco imagino que vou peder um pedaço.
Calangreas e cotovias,as palomas, as torcassas se alvorotam
quando passas mormurando melodias,
e o calor dos meio dias vão se acalmando aos relentos
e até as guitarras dos ventos se entreveram à cordiona
confirmando que és a dona de todos meus sentimentos.
Vibram todas as escalas nos meus dedos tocadores
rudes acariciadores das tuas tranças bagualas
e o chão batido das salas com barbara bruxaria
e completando a magia deste teu tranco macio
com gosto de pasto e rio
eu canto pra ti guria.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Evanescence


Lithium :
Profundamente bom este som. Um dia, a casca que se formou ao redor das pessoas, não comportará mais a seiva que as suas raízes criaram.. e então tudo se transformará...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Contornos que a alegria deposita no ar



Paixão pela vida, presença de uma forma sutil espalhando-se em instantes eternos...
Como pode se olhar para o tudo e não sentir nada?! Me admiro só de imaginar o que há lá fora, nesta noite em que estou aqui dentro; pensar no céu, nas nuvens que vi ao chegar em casa, na lua entre elas, na vida, nas pessoas. Nas velas que em algum píer repousam, testemunhas dos que se beijam na beira de uma lagoa qualquer, quase às vésperas do dia dos namorados... Nos reflexos em cada movimento da água, nas estrelas que eles ali colocaram ao sonhar... Enquanto outros ainda sonham...
Nas canções especialmente escolhidas, preenchendo os contornos que a alegria deposita no ar; no sol que habita o interior de cada olhar amanhecido, ou cada flor que adormece nos silenciosos ramos rubros de outono, entre as folhas caindo.
O mundo não exige de mim nada que modifique o que eu sou para me “adequar”, acredito nisto porque acho que ser humano já é chegar ao máximo dos sentidos, estando consciente da iluminação, sem se podar.
Sei o que sinto, e só assim consigo estar cada dia presente no meu “nascimento”, na dor e na viva cura dos ferimentos através da poesia.
Nas canções especialmente escolhidas, há um intervalo de silêncio, em que as mãos unidas do tempo aquecem as sombras escondidas durante o dia, e vejo que tudo se ilumina quando as portas da alegria se abrem por dentro...